HPV, nada tô vacinada.

Qual vacina tomar?

Existem duas vacinas de dois grandes laboratórios no mercado. Uma delas, a bivalente, protege contra os vírus mais associados ao câncer de colo do útero – o 16 e o 18. A quadrivalente (também chamada de tetravalente) abrange uma maior variedade: além do HPV que causa o câncer, também previne contra os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais.

Qual das duas é melhor?

“Ambas são excelentes e cumprem o seu papel principal, que é prevenir o câncer de colo do útero”,
afirma Neila Góis Speck, professora do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O médico é quem deve determinar qual delas escolher com base no histórico de saúde da paciente e de sua vida sexual. Não recomenda-se tomar as duas em hipótese alguma.

A proteção dura a vida toda?

“Pesquisas apontam que a imunidade contra os vírus presentes na vacina dura por pelo menos dez anos”, afirma Rosa Maria Neme, ginecologista de São Paulo. As voluntárias não voltaram a se contaminar após esse período. Isso leva a crer que não haverá a necessidade de tomar a vacina mais uma vez na vida.

Qual o melhor momento para se vacinar?

O ideal é vacinar-se antes do início da vida sexual, a partir dos 9 anos de idade, quando ainda não houve nenhum risco de exposição ao vírus. Além disso, quanto mais jovem o organismo, mais anticorpos ele produz, aumentando a proteção. A recomendação do Ministério da Saúde é tomar até os 26 anos. Porém os especialistas afirmam que mulheres de todas as idades também devem se vacinar.

E as mulheres que já tiveram HPV? Podem tomar a vacina?

“Sim, uma vez que a doença em si não provoca a imunidade”, diz Neila. Ou seja, quem já teve um
diagnóstico de HPV positivo não está livre de se contaminar pelo mesmo tipo viral, embora a probabilidade seja pequena. O medicamento ainda protege a mulher de se infectar por outra variedade – esse risco é maior quando há a troca de parceiro sexual.

Quem se imunizou pode contrair a doença?

Pode. Isso porque as vacinas protegem contra alguns tipos virais (e não todos) e sua eficácia não é total – gira em torno de 80%. “A paciente vacinada pode se contaminar, mas o risco de desenvolver a doença é pequeno”, afirma Rosa. Mesmo em contato com o vírus, é possível que o corpo se livre dele sem manifestar nenhum sintoma ou reação.

A vacina é a única forma de se prevenir?

De jeito nenhum! O uso de camisinha nas relações sexuais, inclusive nas preliminares, é fundamental para diminuir a contaminação. O ideal é combinar a vacina com o uso de preservativos, além da realização anual do teste ginecológico papanicolau, para diagnóstico de lesões iniciais e tratamento precoce.

Quanto custa?

Infelizmente, ainda não sai barato. Como o medicamento não está disponível nos postos de saúde, é preciso recorrer a uma clínica particular. No caso da bivalente, cada um das três aplicações necessárias custa, em média, 300 reais. Já a quadrivalente sai por cerca de 400 reais, cada dose (também são três). E lembre-se de levar a receita médica caso não esteja na faixa etária entre 9 e 26 anos – você vai precisar dela.